quinta-feira, 7 de julho de 2011

Retextualização na sala de aula

Angélica Cristina Querino Inácio

Resumo: Este relato tem como alvo registrar o efeito das experiências vivenciadas pelo projeto de intervenção, executado na Escola Ana Maria,em que os discentes compartilharam, manifestando interesse pela temática - Retextualização. A aquisição deste trabalho fundamentou-se nas ideias de Marcuschi (2001, p.47), no que diz respeito à relação à retextualização e transcrição; e Dell’Isola (2007, p.10), que apresenta uma tese destinada a retextualização como processo de transformação de uma modalidade textual em outra.

Palavras-chaves: Gênero textual; Reescrita; Criação.


1.      INTRODUÇÃO

A humanidade não pára de evoluir. E com sua evolução, evolui também a linguagem por ela usada; tanto a linguagem oral quanto a escrita. Os gêneros textuais, utilizados nos mais diversos ambientes lingüísticos, retratam de forma ideal a evolução da linguagem. Pode-se dizer que os gêneros textuais estão intimamente ligados à nossa situação cotidiana. Eles existem como mecanismo organização das atividades sociocomunicativas do dia-a-dia. Assim caracterizam-se como eventos textuais maleáveis e dinâmicos. Vejamos: Nas sociedades modernas, trabalho e obtenção de dinheiro estão intrinsecamente ligados. Por isso, muitas vezes não percebemos que algumas de nossas atividades cotidianas não remuneradas também são trabalho.O trabalho representa, na sociedade em que vivemos, para cada indivíduo, uma forma de se situar na sociedade, sendo ele remunerado ou não. Por isso trabalho é parte integrante da vida de cada um de nós.Nessa perspectiva, a linguagem é um dos nossos mais relevantes trabalhos. Portanto a aquisição da Retextualização na produção de textos escritos proporcionou a competência textual, permitindo a um falante distinguir um gênero textual de outro de acordo com sua experiência de mundo ou aprendizado escolar.
Teve-se como indicador de desempenho desenvolver habilidades de reprodução de textos, nos alunos do ensino fundamental, com isso foram criadas condições para que o aluno desenvolva sua competência escrita e comunicativa, sua capacidade de usar língua de modo variado e adequado ao contexto, interessando-se na retextualização.
Seguindo a orientação de Marcuschi (2001, p.99) avaliamos o grau de consciência lingüística dos alunos e o seu domínio da noção das relações entre o texto oral e escrito.



2.      FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Os gêneros são formas estáveis de enunciados que possibilitam a intervenção e ação no mundo. Nas diversas situações cotidianas de um individuo, estão inseridos fatores a respeito do texto e da produção de texto, bem como a retextualização, por isso se faz necessário tornar o texto como uma unidade básica dos estudos lingüísticos. A retextualização está presente no cotidiano, dentre as mais diversas atividades anotação das aulas, uma pessoa contando alguma noticia. Retextualizar não é um ato mecânico, pois exige operações complexas e interferem no código e no sentido do texto-na forma e substância.              
             Para Marcuschi (2001, p.47) a retextualização não é um processo mecânico, já que não se dá naturalmente no plano dos processos de reescrita e nem se trata da passagem de um texto supostamente ‘’descontrolado e caótico. ’’(o texto falado); trata-se da passagem de uma ordem para outra. Em aspecto de retextualização há um aspecto muito importante, que é a compreensão, para que não ocorram problemas de coerência.
Ainda de acordo com o autor, é preciso diferenciar retextualização de transcrição. Na retextualização há uma interferência maior e há mudanças, já no caso de transcrição, representa uma passagem do sonoro para o gráfico, que é uma primeira transformação. Pode-se compreender que os gêneros textuais estão freqüentes no cotidiano como uma boa sugestão para que se consiga entender como as ideias são repassadas ao público através de estratégias discursivas e práticas sociais nem sempre satisfatórias e condizentes. As grandes alterações identificáveis nos processos de retextualização são prova de manipulação da linguagem de quem detém o poder da mesma.

            Dell’isola (2007) trata a retextualização trazendo a seguinte definição:

 [...] é o processo de transformação de uma modalidade textual em outra, ou seja, trata-se de uma refacção e reescrita de um texto para outro, processo que envolve operações que evidenciam o funcionamento social da linguagem. Retextualizar é um desafio, constituído pela leitura de um texto e pela transformação de seu conteúdo em outro gênero (p.10).

Dessa forma compreende-se que a retextualização desenvolve várias capacidades e percepções cognitivas da linguagem. O professor trabalha os diversos tipos de gêneros textuais uma vez que, está inserido no cotidiano do aluno.



3. DISCURSSÃO E RESULTADOS

Para aplicação deste projeto, foi escolhida a turma de 6º, 7º e 8ºano do Ensino Fundamental na Escola Ana Maria, sendo desenvolvido no período de 09 encontros. Durante sua realização, os alunos da referida turma participaram ativamente durante as atividades propostas de forma que contribuíram com perguntas e comentários, efetuando-as com empenho, o que levou a mudança de comportamento dos discentes, no momento em que foram cercados pela diversidade de gêneros textuais, uma vez que envolviam aspectos do cotidiano social e escolar. Esse aspecto afetou para que os alunos compreendessem os estudos dos textos, suscitando gosto pela leitura e escrita, com habilidades no processo de retextualização.      



3.      CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante das expectativas levantadas, nosso projeto progrediu de forma satisfatória, pois cumprimos um considerável papel na escola; compreendemos isso no discurso dos alunos, ao descrever que antes não traziam consigo o gosto e interesse pela leitura, escrita e reescrita de textos, mas que ao desenvolvimento do nosso trabalho foram incentivados com as diversas atividades elaboradas em sala.
Os conhecimentos adquiridos na prática de estágio foram bastante lucrativos, pois além de termos nossos objetivos alcançados, contribuíram para nossa formação enquanto profissional da educação, com isso acercar-nos das realidades encontradas em diferentes esferas do cotidiano escolar, firmando uma ligação entre a teoria e a prática. 



5. Referência


BEZZERRA, Maria Auxiliadora (org.). Gêneros Textuais e Ensino. Rio de Janeiro: Editora Lucerna, 2002.
DELL’ISOLA, Regina l. Péret. Letramentos: Em busca da habilidade de ler e entender gêneros textuais litera (Pedro Leopoldo).
MARCUSCHI, Luiz Antonio, Gêneros: Definição e funcionalidade. In: Dionísio, Angela Paiva, MACHADO, Anna Rachael.
REVISTA: Nova Escola-Planos de aula1- Lingua Portuguesa.







6. Anexo



Retextualizações  realizadas por alunos do Ensino Fundamental II ,sem alteração por parte dos  interventores.



Gênero propaganda retextualizado para o gênero notícia




Gênero notícia retextualizado para o gênero propaganda








 

Gênero música retextualizado para o gênero paródia 


                    


Gênero HQ retetualizado para o gênero notícia